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Woody, o cão da Ana

Gostava de aproveitar a oportunidade de puder escrever neste blog, para vos contar a história da passagem do nosso Woodinho pela vida da minha família. Tínhamos acabado de mudar de país, vivíamos numa casa não muito grande, com os nossos dois filhos, a nossa pinscher Sininho e a nossa gatinha Kika. Não nos passava sequer pela cabeça adicionar ninguém a este puzzle, que para nós era mais que perfeito. Mas a vida por vezes tem surpresas reservadas para nós.
Num belo dia de Novembro, numa conversa com uma amiga que estava em Portugal, ela contou-me que tinha uma conhecida (que por acaso vivia aqui bem perto de nós) que se queria “desfazer” do seu pinscher. Fiquei em choque. Perguntei-lhe o motivo, imaginei um cão velhinho, doente… Mas não quis acreditar quando ela me disse que era um cachorro, com 7 meses. Como assim? Qual era o motivo? A resposta cortou-me o coração: “Ela diz que ele se porta mal, e que se não arranjar ninguém para ficar com ele, vai mandá-lo abater.” Ela disse que me ia mandar uma foto. Disse que não, que não podia ter mais nenhum animal, mas naquele momento já sabia que não havia volta a dar e que a nossa família ia crescer. Quando liguei para o meu marido, a resposta foi imediata e aquela que eu sabia que ele ia dar. O cãozinho que chegou a nossa casa era um cão cheio de energia, doce, agradecido, com muito medo de alguns objetos ( aspirador, vassoura, etc), stressado e com um comportamento defensivo com tudo o que não lhe era conhecido.
O Woody (nome dado por nós, não queríamos que ele tivesse nada da sua antiga vida, já bastava o resto…) era um bebé, mesmo que já não fosse um cachorro; adorava brincar com os nossos filhos, adorava passear, adorava miminhos, adorava dormir no nosso colinho. Os seus problemas comportamentais mantiveram-se, embora tivessem diminuído não desapareceram por completo… Mas o amor que tínhamos por ele ajudava a ultrapassar cada um deles.
Durante 5 anos, o Woody viajou, recebeu com amor e proteção a nossa bebé, viveu aventuras e recebeu muito amor. Infelizmente, este ano, durante as nossas férias em Portugal, saiu de casa, perdeu-se e não voltou. O Woody era uma parte da nossa família, era uma parte do puzzle. A falta que ele nos faz não é possível de se descrever em palavras. O voltar para casa sem ele, foi de uma dureza que doí fisicamente. A falta que ele faz aos nossos filhos, é de cortar o coração. A tristeza nos olhos da Sininho ( a nossa pinscher) é algo que não sei se passará algum dia. Decidi escrever sobre o Woodinho, porque o amor que ele nos deu, e que nós temos por ele é algo que merece ser homenageado.
Eu sei que para alguns, é apenas um cão… Mas para nós era o Woody, o nosso Woodinho…
Ana Catarina Antunes