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7 Animais em Vias de Extinção

Segundo a International Union for the Conservation of Nature (IUCN), Portugal é o quarto país da Europa com mais espécies em risco de extinção.
No conjunto do território continental e dos arquipélagos dos Açores e da Madeira, foram avaliadas 6506 Entidades (espécies/populações), das quais:
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- 651 (10%) espécies estão abrangidas pelas três categorias de ameaça (“Criticamente em Perigo – CR”, “Em Perigo – EN” e “Vulnerável – VU”)
- 330 (5.1%) classificado como “Quase Ameaçado – NT”
- 4594 (70.6%) foram classificadas como “Pouco Preocupante – LC”
- 665 (10.2%) correspondem a Entidades cuja informação disponível é insuficiente para permitir a sua classificação (“Informação Insuficiente – DD”);
Existindo desde 1964, a IUCN tornou-se a fonte de informação mais abrangente do mundo sobre o estado global de conservação de espécies de animais, fungos e plantas, sendo por isso “uma ferramenta importante para informar e promover ações para a conservação da biodiversidade e a mudança de políticas fundamentais para proteger os recursos naturais”.
A IUCN estuda ameaças, habitats ou o número de espécimes numa população, ajudando a orientar as decisões de conservação. A perda e degradação de habitats, a sobrexploração de recursos naturais, as alterações climáticas e as espécies exóticas invasoras, são algumas das ameaças às espécies.
Da mesma forma que um barómetro mede a pressão atmosférica para nos ajudar a preparar para condições atmosféricas adversas, a Lista Vermelha da IUCN estuda a pressão exercida sobre as espécies, orientando e informando ações de conservação para ajudar a prevenir as extinções. É por isso que a Lista Vermelha da IUCN é frequentemente referida como um Barómetro da Vida.
Em três anos, as espécies ameaçadas em Portugal quase duplicaram, deixamos abaixo sete animais ameaçados:
Lince-Ibérico (Lynx pardinus) espécie ainda em perigo (EN). Em 1996, o tamanho populacional muito diminuto foi calculado em menos de 40 indivíduos, fragmentados em pequenas subpopulações.* Atualmente conta com cerca de 1000 animais espalhados pela península ibérica.
Saramugo (Anaecypris hispanica) espécie criticamente em perigo (CR)* encontra-se presente em Portugal, maioritariamente em Espanha, onde é uma espécie nativa. Em Portugal a população encontra-se em declínio continuado pelo menos desde a década de 1980 e os dados recolhidos entre 1998 e 2001 reforçam esta tendência.
Águia-imperial-ibérica (Aquila adalberti) é uma espécie de águia endémica do sudoeste da Península Ibérica, encontra-se em estado de ameaça Criticamente Em Perigo (CR)*. Foi avaliado mais recentemente para a Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da IUCN em 2021 como espécie Vulnerável (VU).
Lobo-ibérico (Canis lupus signatus) é uma subespécie em perigo (EN)*. Outrora muito abundante, sua população atual deve rondar os 2000 indivíduos, dos quais cerca de 300 habitam o Norte de Portugal.
O coelho-bravo (Oryctolagus cuniculus algirus) é desde 2016 e devido à mixomatose e DHV, uma espécie ameaçada. Encontra-se protegido em grande parte da Europa, Austrália e em algumas áreas da América do Sul, foi mais recentemente avaliado para a Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da IUCN em 2018. Oryctolagus cuniculus está classificada como espécie em perigo (EN) na Lista Vermelha da IUCN.
A cabra-montês (Capra pyrenaica) foi classificada como criticamente em perigo (CR)* no Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal. Os animais observados em Portugal pertencem a uma população transfronteiriça de cabra-montês, que em território nacional não ultrapassa os 50 indivíduos. Identificam-se duas subpopulações: a da Serra do Gerês
e a da Serra Amarela.
Morcego-rato-pequeno (Myotis blythii) só se conhecem, em território português, dois locais, ambos grutas, em que esta espécie forma colónias de criação. Classificada como espécie criticamente em perigo (CR)* tem uma área de ocupação reduzida, admite-se um declínio continuado da área de ocupação, da qualidade do habitat, do número de subpopulações e do número de indivíduos maduros. O Myotis blythii foi mais recentemente avaliado para a Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da IUCN em 2008, está listado como Quase Ameaçado (NT).
A revisão do Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal e contributo para a avaliação do seu estado de conservação é um projeto que esteve a decorrer até Dezembro de 2021, contudo não havendo atualmente nenhuma informação online referente a esse mesmo ano, os dados apresentados podem não estar atualizados.