Psicologia

Animal de Estimação como Oferenda

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Ter um animal de estimação como parte integrante da família é uma experiência sensacional. Os animais são incomparáveis no que diz respeito à sua devoção, lealdade e amizade incondicional. Mas a decisão de adotar ou adquirir um animal de estimação deve ser bem ponderada e planeada. Quando falamos nos animais de estimação falamos de vidas que merecem todo o nosso respeito e exigem responsabilidade e muita, muita dedicação.

Existe uma cultura em datas especiais, em que o Natal é a grande referência, de presentear crianças, namorados, amigos ou familiares com animais de estimação. Apesar de ser compreensível que surja a deliciosa ideia de se oferecer um animal de estimação, pelo amor incondicional que este promove, devemos estar conscientes que quando oferecemos um animal estamos a oferecer porque a ideia nos agrada a nós ou agrada a outra pessoa?

Culturalmente estamos habituados a ver as pessoas a utilizarem os animais de estimação como prenda de aniversário ou de natal. Vemos esta oferenda nos filmes, livros, anúncios publicitários, entre outras tantas fontes de informação. Quantas vezes o leitor já ouviu “ele/ela recebeu um cão no natal”?

Não existe problema propriamente no ato de oferecer o animal de estimação como prenda; o “problema” é se a oferenda foi bem planeada por quem irá receber e se a responsabilidade foi considerada no momento da escolha do presente.

Então como devemos reagir perante as solicitações das crianças em terem um cão/gato como prenda?

Primeiro, explicar que qualquer animal é um ser vivo, falar sobre tudo o que o animal pode e poderá necessitar e as tarefas que são exigidas no dia-a-dia. Este é, de facto, um bom exercício para as crianças, pois irá ensiná-las sobre escolhas e responsabilidades.

De referir que é uma prenda que é para a vida toda do animal e que exigirá cuidados mesmo quando nós não tivermos vontade de “brincar” com ele.

Na dúvida e hesitação, tenham em consideração aspetos como:

– Os animais precisam de cuidados básicos;

– São passíveis a adoecer e a necessitar de consultas, vacinação e de tratamentos médicos (alguns bastante dispendiosos);

– Qualquer animal sem atenção pode adoecer;

– Necessitam de ter o seu próprio espaço;

– Há animais (e.g. cães) que necessitarão de ter rotina exterior à habitação que requer disponibilidade dos donos;

– Higiene e alimentação diária;

– Educação;

– Exigem organização relativamente às férias dos donos.

Porque o animal de estimação não deve ser referido, então, como presente?

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Os presentes são pensados como oferendas transitórias (damos prendas em todos os aniversários, por exemplo) para promover o bem-estar e a satisfação de quem é presenteado. Nos casos dos animais de estimação, a responsabilidade é diária e extensível ao longo de toda a vida do animal, para além de que não conta só o bem-estar do presenteado como é essencial também o bem-estar do animal. Os animais de estimação não devem ser encarados como objeto e objetivo de entretenimento porque, na realidade, também trarão aspetos “negativos” (custos, cansaço, alteração e adaptação de rotinas, sacrifício do nosso tempo, entre outros).

Desta forma, e sendo que o Natal se está a aproximar, caso considerem oferecer algum animal de estimação coloquem em prática a presente reflexão e conversem com a pessoa/família que irá ser presenteada sobre este compromisso.

Com amor,

Gisela Santos

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